O conflito na República Centro-Africana
O conflito na República Centro-Africana vem provocando, desde 2013, uma franca deterioração da infraestrutura básica, segurança e situação humanitária.
A República Centro-Africana é um dos países mais pobres e instáveis do mundo. O conflito entre as comunidades, desencadeado pela crise de 2013, causou o colapso da infraestrutura socioeconômica, que já estava debilitada. Os serviços sociais básicos são inexistentes.
O CICV está seriamente preocupado com o agravamento da segurança e da situação humanitária. Cerca um milhão dos quase cinco milhões de habitantes do país são deslocados internos ou refugiados, no âmbito de uma tragédia sem fim previsto.
Em 2016, devido ao surto de violência na capital, Bangui, milhares de pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas. Com quase nada além do desejo de sobreviver, muitas dessas pessoas chegaram até o campo de Mpoko, onde tentam reconstruir as suas vidas paulatinamente. O governo da República Centro-Africana, Sodeca, a Cruz Vermelha Centro-Africana e o CICV oferecem assistência às pessoas deslocadas que foram afetadas pela violência que açoita o país há quase três anos.
O conflito na República Centro-Africana e a assistência à saúde
Depois do surto de violência no distrito PK5 de Bangui, em 8 de abril de 2018, junto com a Cruz Vermelha Centro-Africana oferecemos serviços de saúde de emergência. A unidade de traumatologia do principal hospital do país lotou a sua capacidade por causa dos enfrentamentos, e a circulação de muitas ambulâncias que transportavam os feridos foi obstruída pelos confrontos e barricadas nas ruas.
"A nossa unidade de traumatologia no Hospital Comunitário de Bangui, que tem uma capacidade de 35 leitos, está lotada", explica a responsável pelo projeto do CICV no hospital, Marcelle Baltzinger. "Instalamos os feridos em outras duas salas, uma delas para cuidados intensivos, mas elas também estão saturadas. Temos duas tendas à disposição em caso de necessidade, com uma capacidade de até vinte pacientes."
Crianças separadas das suas famílias por causa do conflito na República Centro-Africana
Os enfrentamos e a violência em Bangui causaram a fuga de milhares de pessoas até o país vizinho, a República Democrática do Congo. Entre elas, havia inúmeras crianças, algumas de apemas dois anos de idade. Em setembro de 2016, chegou o momento de regressar para nove delas. Jean Pierre, Assel, Gordon e outras seis crianças puderam se reencontrar com os seus familiares e colocar um fim na dor da separação.
Esses momentos de emoção foram possíveis graças ao programa de Restabelecimento de Laços Familiares (RLF) do CICV e à participação dos voluntários das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha.
Atualmente, centenas de crianças centro-africanas não acompanhadas esperam voltar às suas casas, retomar uma vida normal e voltar à escola.
A situação delas continua sendo motivo de grande preocupação para o CICV, que faz tudo ao seu alcance para reuni-las com os seus familiares, apesar da insegurança e da violência que persistem, separando ainda mais famílias.
A situação na República Centro-Africana continua frágil. Metade da população precisa de ajuda. Estamos entregando alimentos, avaliando o estado nutricional das crianças e distribuindo suprimentos alimentícios. Nos casos mais severos, as crianças são internadas.pic.twitter.com/JsVytxrnlc
— CICV (@cicv_pt) 1 de maio de 2018