Declaração conjunta do secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Jagan Chapagain, e do diretor-geral do CICV, Robert Mardini, sobre a escalada de hostilidades em Israel e Gaza

Declaração conjunta do secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Jagan Chapagain, e do diretor-geral do CICV, Robert Mardini, sobre a escalada de hostilidades em Israel e Gaza

Genebra – O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está chocado com o sofrimento humano demonstrado na última semana em Israel e Gaza. A população civil – em especial mulheres e crianças, e pessoas idosas, feridas e doentes – é a que paga o preço mais alto.
Artigo 14 outubro 2023 Israel e territórios ocupados

Nada pode justificar a terrível perda de vidas civis em Israel durante o último fim de semana. Nossos corações estão com as pessoas que perderam familiares ou que aguardam ansiosamente notícias dos seus entes queridos, que deveriam receber sem demora. Mas, por sua vez, essa tragédia não pode justificar a destruição sem limites de Gaza.

Estamos profundamente alarmados pelo pedido de deslocamento da população de Gaza. Nossos voluntários se recusam a sair e abandonar aquelas pessoas que mais precisam de assistência. Eles devem ser protegidos para que possam proteger os outros.

O sofrimento humano acontece nos dois lados. E é sempre devastador. A morte de um filho ou uma filha, um irmão ou uma irmã, um pai ou uma mãe é uma tragédia humana, independentemente de onde ou com quem aconteça. A vida civil deve ser protegida nos dois lados.

No Direito Internacional Humanitário (DIH) – o direito dos conflitos armados – não é estabelecida hierarquia para a dor e o sofrimento. Essas normas existem para preservar a humanidade nos momentos mais sombrios e, hoje, devem ser respeitadas mais do que nunca. Elas são e devem continuar sendo a nossa bússola para garantir que a humanidade seja colocada em primeiro lugar.

O Crescente Vermelho Palestino e o Magen David Adom em Israel trabalham sem cessar para oferecer assistência crítica, como serviços de ambulância e saúde, às pessoas afetadas. Seus funcionários e voluntários arriscam a vida todos os dias para salvar outras pessoas.

Nesta semana, perdemos colegas das duas Sociedades Nacionais, mortos no cumprimento do seu dever, fazendo um trabalho humanitário que salva vidas. Esse é um trágico lembrete dos perigos que os trabalhadores humanitários e de saúde enfrentam. Apresentamos as nossas mais profundas condolências a seus familiares, amigos e colegas, e reiteramos nosso pedido para que os trabalhadores humanitários sejam protegidos.

O Movimento tem o compromisso de continuar brindando proteção e assistência para salvar vidas às pessoas que estão sofrendo os horrores da violência contínua.

Para tal, nossas equipes precisam poder operar de forma segura. As organizações humanitárias devem ter acesso para fazer seu trabalho e aliviar o crescente sofrimento humano.

As necessidades são enormes e continuarão aumentando se as hostilidades persistirem. Pedimos a todas as partes moderação, que cumpram com suas obrigações de acordo com o DIH e que protejam os civis – que devem permanecer no centro de tudo o que fazemos.