Iêmen: falta de financiamento pode piorar crise humanitária

"Pela primeira vez em 11 anos, não houve financiamento suficiente para as operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho no Iêmen no ano passado. Este é um fato preocupante que, se não for revertido, prejudicará o progresso da ação humanitária neutra e imparcial", disse o diretor-geral do CICV, Robert Mardini.

Em 2023, há 21,6 milhões de pessoas no Iêmen que precisam de proteção e assistência humanitária. Muitas famílias estão vendendo o que lhes resta para ter uma refeição. A educação de milhões de crianças foi interrompida. Quatro milhões de pessoas continuam deslocadas e o Iêmen ainda sofre com a deterioração da economia, o acesso extremamente difícil a serviços básicos e a enorme contaminação por armas. As consequências diretas das mudanças climáticas são palpáveis, já que em 2022, depois de uma seca prolongada, fortes enchentes esgotaram ainda mais os mecanismos de enfrentamento restantes.

A resposta coletiva do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho à crise no Iêmen, baseada em conhecimentos tanto locais quanto internacionais, é uma de nossas maiores operações humanitárias em todo o mundo. O orçamento do Movimento para 2023, de 181 milhões de francos suíços (US$ 192 milhões), será usado para realizar o trabalho extremamente necessário de proteção e prevenção, apoiar o acesso a cuidados de saúde e prestar assistência humanitária, particularmente em áreas inacessíveis a outros atores humanitários, onde as necessidades são imensas. 

"O CICV pede que a comunidade internacional continue financiando atores humanitários como o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para garantir que o povo do Iêmen seja protegido e tenha acesso a alimentos e a serviços vitais, como água potável e assistência médica", disse Mardini.